A primeira rua da cidade era a ligação entre uma pousada (na saída para Vila Boa, hoje Goiás) e o garimpo de ouro. O centro urbano desenvolveu-se entorno da Igreja Matriz até a construção das Igrejas do Bonfim e do Carmo, que atraíram casas para seus arredores. A Igreja Matriz foi construída no período colonial, misturando dois estilos: o colonial e o barroco. Foi erguida entre 1732 e 1736 por escravos. Sua estrutura foi feita de taipa de pilão (barro e cascalho socados), com torres e fachadas estruturadas em madeira. É considerada um marco na história de Goiás e do Brasil.Em setembro de 2002, um incêndio praticamente a destruiu, mas a reforma total foi concluída este ano.
Na segunda metade do século 18, o crescimento da cidade ficou paralisado, devido ao fim do ciclo do ouro. Em 1800, ocorre uma retomada da economia, estimulada pela cultura (algodão), pecuária e comércio. Mesmo com a mudança das rotas comerciais, a cidade continua crescendo até o século 19. Entre 1830 e 1834, a cidade sediou o primeiro jornal do Estado de Goiás, chamado Matutina Meia Pontense.
Em 1890 o nome oficial passou a ser Pirenópolis, uma homenagem a Serra dos Pireneus, que cerca toda a cidade. A serra, por sua vez, teve seu nome baseado na cadeia de montanhas que separa a França da Espanha, denominada Pireneus. O município foi tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1988. O município tem vários slogans ou apelidos como Capital da Prata, Berço da Imprensa Goiana, Atenas de Goiás e Paris-Nópolis.
Quartzito Goiás, uma das bases da economia
O município de Pirenópolis concentra uma aglomeração de rochas ornamentais de grande importância econômica, envolvendo os quartzitos foliados, também conhecido como pedra goiana, pedra-de-pirenópolis ou quartzito goias. Tanto que a atividade de extração do quartzito gera o maior número de empregos da cidade (cerca de 2 mil ocupações) e garante a sustentabilidade econômica do município. Segundo dados da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento, o Produto Interno Bruto de Pirenópolis é de R$93,9 milhões, dos quais 70%, ou R$65,7 milhões, ligados à cadeia produtiva do quartzito Goiás.
Agora está em andamento na cidade a organização da produção em Arranjo Produtivo Local (APL do Quartzito Goiás) que tem como objetivo ordenar toda a cadeia produtiva da pedra. O programa é implementado pelo Ministério da Integração Nacional por meio da Secretaria de Desenvolvimento do Centro Oeste, em parceria com a prefeitura municipal de Pirenópolis, com o governo estadual, Sebrae-Goiás, Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e o Instituto Euvaldo Lodi.
O programa incentiva a gestão participativa e o fortalecimento do associativismo e do cooperativismo, incluindo a capacitação dos agentes produtivos, visando a ampliação da participação do produto de Pirenópolis no mercado nacional e mundial.Segundo o prefeito Rogério Figueiredo as vendas para Goiás e para os demais Estados do Brasil estão em ritmo acelerado. Também são desenvolvidas ações para conquista do mercado externo.
A produção de Quartzito Goiás em Pirenópolis chega a 300 mil metros quadrados por ano (pedra serrada) além de 1 milhão de metros quadrados anuais de outros produtos. Segundo os coordenadores da APL, há potencial para exportação de até US$5 milhões por ano. A principal mudança causada pela implementação do APL foi a tranferência da gestão para Associação dos Mineradores de Pirenópolis (Amip) presidida por Johannes Hommel Batista Jaime, que está implementando ações para melhorar o arranjo.
A prefeitura também detém uma pedreira onde trabalham cerca de 200 mineradores e 120 chapas. Os mineradores autônomos estão associados à Cooperativa de Pedras de Pirenópolis (Coopepi) presidida por Carlos Edmar de Araújo. (Leia mais sobre esse tema no capítulo mineração/rochas ornamentais, nesta edição).
UEG, grande marco na educação superior
A criação de uma unidade da Universidade Estadual de Goiás é outro benefício que resultou das parcerias da administração municipal com o governo estadual. O moderno prédio constuído logo na entrada da cidade já foi inaugurado , mas as aulas dos cursos de Turismo e Gastronomia oferecidos na cidade serão ministradas no novo prédio a partir do segundo semestre deste ano. Trata-se de uma obra que faz diferença, segundo o prefeito Rogério Figueiredo que prevê a criação de novos cursos já no próximo ano. A propósito, a educação, a saúde e a segurança públic, além dos programas sociais são pontos fortes da atual administração. O prefeito Rog´rio Figueiredo se orgulha de manter em funcionamento 42 linhas de transportes de estudantes, entre elas para Anápolis, onde um grupo de universitários fazem curso superior. No campo da saúde são dois postos de atendimentodo Programa Saúde da Família, além de outro que está em construção. Em nove dos dez povoados do município também existem postos de saúde.
Também há grande estímulo ao esporte. O município conta com 14 campos gramados, muitos deles nos povoados. A prefeitura mantém uma escolinha de futebol, frequentada por mais de 200 crianças. Tanto que a cidade disputa campeonatos nas categorias sub-12, sub-14 e sub-20. O prefeito garante que em breve Pirenópolis chegará também ao Campeonato Goiano de Futebol Profissional.
Ainda na área social, a prefeitura implantou a fábrica de fraudas, coordenada pela Ação Social presidida pela primeira dama Lúcia Figueiredo. Praticamente toda a produção é de fraudas geriátricas, direcionada á idosos carentes da cidade. Mas há também produção de fraudas para recém-nascidos.
Terra de artistas, artes e artesanato
O artesanato é um dos pontos fortes de Pirenópolis. São produtos em cerâmica, metal, madeira de demolição, tecelagem artesanal, máscaras, artesanato mineral, pedra sabão, palha, papel e muito mais.Para aprimorar o trabalho e aprimorar o segmento de produtos artesanais, a prefeitura criou a oficina de lapidação de pedras preciosas e semi-preciosas, com o apoio da Secretaria de Industria e Comércio do governo de Goiás.
Segundo o prefeito Rogério Figueiredo, está em andamento o fortalecimento do Arranjo Produtivo do Artesanato, já que na cidade funcionam quase 100 ateliês de processamento artesanal que, atualmente comercializam seus produtos para o mercado regional, para o Brasil e para o exterior. Hoje as pedras chegam brutas, são lapidadas e vão para os ateliês que incorporam valor e comercializam os produtos finais. São usados minerais como ametista, topázio,cristal, água-marinha, rodocrozita, lapis-lazuli e outras.
Entre os artista locais os mais conhecidos são Claudimar Pereira, autodidata, que começou sua carreira em 1996, pintando em aquarela sobre papel. Depois adotou a técnica óleo sobre tela. Outra artista de destaque é Maria de Beny, já falecida. É reconhecida pelo trabalho de modelagem em barro, retratando a tradiçãodos cavalos e cavaleiros. O artista Mauricio Azeredo destaca-se pelas peças em madeira, com desidner arrojado, onde combina cores textura e formas de maneira a obter belo resultado final. Míriam Santos também é artista pirenópolina, destacando-se na pintura. A cidade conta com muitos outros artistas e artesãos que transformam materiais em obras de arte e peças de decoração.
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