05/07/2006
Pirenópolis tem um clima mágico. Cidade das pedras, das comunidades espirituais e ecológicas, das cachoeiras (já são mais de 80 catalogadas em todo o município), das Cavalhadas, da Folia do Divino, da medicina alternativa, do Fusca (cerca de dois mil circulam em Piri), dos artistas populares, das igrejas, dos esportes de aventura, do Carnaval das marchinhas, da sabedoria popular, das pedras, da comida típica. Ah, a comida...
A rede de cantinas, pizzarias e restaurantes pirenepolina agrada a todos os turistas porque oferece opções para todos os paladares. É possível encontrar desde um restaurante com o tradicionalismo goiano, que serve carne de porco de lata, angu de milho e quiabo, até um bistrô mais requintado, que tem como pratos principais o que há de melhor da cozinha européia. Em algumas pizzarias, que o visitante não ouse pedir maionese ou ketchup. “Eles tiram o sabor da comida”, o garçom pode advertir.
A cidade de 278 anos, que fica a 120 quilômetros da capital estadual e a 150 da capital federal, protagonizou do dia 22 ao 25 de junho a terceira edição do Festival Gastronômico e Cultural. Ao todo, nove chefs convidados levaram ao delírio os apreciadores da alta culinária. Além, é claro, dos chefs próprios das outras casas participantes do circuito.
A idealizadora e organizadora do evento, Márcia Pinchemel, explica o desafio do Festival. “Cada chef foi convidado a criar um prato que levasse, pelo menos, um produto da culinária local, como o pequi e o baru, por exemplo”.
Para participar do Festival, que este ano recebeu cerca de dois mil visitantes, os restaurantes apresentaram melhoras, segundo Márcia. Ela conta que muitas casas reformaram suas cozinhas, aumentaram o quadro de funcionários, investiram no aprimoramento do pessoal, entre outras coisas.
Márcia Pinchemel afirma também que a criação dos cursos de gastronomia e turismo na unidade local da Universidade Estadual de Goiás foram conseqüência do resultado positivo das primeiras edições.
A novidade em 2006 foi a Praça da Arte e Gula. O espaço, às margens do rio que corta a cidade, expunha quitutes e artesanatos locais. Era possível encontrar também nas ruas de Pirenópolis pastorinhas com suas cestas cheias de doces.
“Qualidade é o que fica do festival”, diz Márcia. “A cada ano ele vai melhorando, inclusive a imagem da região. Todos que vêm ficam encantados. São pessoas que vão passar isto para a frente. Divulgar Pirenópolis é divulgar o estado de Goiás também, e de forma bonita”.